O projeto U-Bike só vai chegar à Universidade do Porto em 2018. A entrega das bicicletas estava inicialmente prevista para o início do ano letivo, mas um atraso no concurso público não o permitiu, explica ao JPN José Miguel Moreira, do Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP).

Sem uma nova data para o início das entregas, está previsto contudo que estas comecem a ser distribuídas durante o mês de janeiro. A instituição tem já 200 candidaturas aprovadas.

Para os utilizadores que tenham ficado de fora do primeiro concurso, o CDUP vai abrir uma nova fase de candidaturas para as 65 bicicletas que restam. A data deste segundo concurso ainda não é conhecida e vai depender da chegada das bicicletas à cidade do Porto.

Caso as candidaturas superem as 265 possíveis, os restantes candidatos vão ficar em lista de espera.

A distribuição vai ser faseada e os utilizadores – que podem ser estudantes, professores, funcionários ou investigadores – vão poder usufruir das bicicletas por períodos entre 6 e 12 meses.

Os objetivos do programa mantêm-se: promover estilos de vida mais saudáveis e “lutar por uma mobilidade mais sustentável”, afirma José Miguel Moreira. Assim, na seleção, a prioridade foi dada àqueles “que atualmente se deslocam de carro ou transportes públicos”.

Dado que um dos grandes objetivos do projeto é a redução da emissão de gases poluentes para a atmosfera, o projeto conta com algumas metas. Para alcançar esses resultados, o responsável pelo projeto realça a importância dos utilizadores cumprirem a média diária de dez quilómetros estabelecida no programa. A monitorização será feita pelo CDUP através de um GPS instalado nas bicicletas.

“O objetivo não é assustar”, garante José Miguel Moreira, mas “ uma pessoa que sistematicamente não cumpra os indicadores será primeiramente advertida, antes de lhe ser retirada a bicicleta”.

Os utilizadores das bicicletas terão acesso às distâncias percorridas através de uma aplicação gratuita, adianta ainda o coordenador do projeto na UP.

A aplicação, ainda em desenvolvimento, permitirá também a comunicação entre o gestor do programa e os próprios utentes.

A mobilidade na cidade do Porto

O responsável do CDUP diz que “ainda falta muito para o Porto estar preparado para que os ciclistas e os automobilistas convivam pacificamente dentro da cidade”.

O U-Bike, contudo, pode contribuir para uma melhoria neste contexto, defende: “monitorizando os percursos das pessoas, a câmara pode perceber por onde os ciclistas andam e intervir com a construção de infraestruturas”.

“Espero que consigamos retirar carros à cidade do Porto”, conclui Miguel Moreira.

No futuro, o responsável gostava que “o projeto evoluísse para algo semelhante ao modelo do bikesharing em Cascais”. Até porque, acrescenta, “há pessoas que não têm possibilidades para comprar uma bicicleta, ou então não têm interesse em possuir uma, precisando, contudo, pontualmente.”

O Projeto U-Bike

Inserido no Programa Operacional Sustentabilidade e Uso Eficiente de Recursos (PO SEUR), o projeto U-Bike envolve 15 instituições de ensino superior do país e vai ser financiado por fundos europeus. De acordo com o Ministério do Ambiente, vão ser distribuídas 3.234 bicicletas, 2.096 elétricas e 1.138 convencionais, num investimento que supera os seis milhões de euros.

Artigo revisto por Filipa Silva