Depois da derrota pesada em Santa Maria da Feira, o Boavista recebia o Estoril, este sábado, com a missão de levar os três pontos e não permitir que o Rio Ave ampliasse a vantagem na corrida pelo quinto lugar, que pode dar acesso à Liga Europa.

Já a equipa de Ivo Vieira entrou em campo com o objetivo de reagir à goleada caseira frente ao Sporting de Braga e fugir da zona de despromoção.

O conjunto de Jorge Simão foi melhor durante praticamente todo o encontro, mas, já depois de ter visto um golo ser-lhe anulado, só na conversão de um penálti, ao minuto 85, foi capaz de chegar ao golo que ditaria o resultado final da partida relativa à 26ª jornada da Liga NOS.

Axadrezados controlaram desde o primeiro minuto

A equipa da casa, fazendo jus à sua condição de candidato à europa, entrou a mandar no jogo. Os axadrezados, com o seu sistema habitual, controlaram a posse de bola nos instantes inciais.

Apesar do maior volume de jogo da equipa da Invicta, as ocasiões de perigo não foram muitas ao longo da primeira meia-hora. A equipa de Jorge Simão conseguia ser rápida a recuperar a bola, mas definia quase sempre mal e não conseguia criar perigo.

Já o Estoril, procurava sobretudo defender no seu meio-campo e explorar as transições rápidas e a profundidade, mas sem sucesso. A equipa de Ivo Vieira sofreu ainda uma contrariedade extra quando Vítor Andrade, à passagem do minuto 33, teve de dar o seu lugar a Eduardo, por lesão.

Dada a falta de inspiração dos homens da frente, só através do defesa Carraça o Boavista causou finalmente perigo, ao minuto 39. Na sequência de um livre lateral, batido de forma curta, o lateral disparou forte de meia distância e viu a bola passar perto do travessão.

Mateus marcou ainda no primeiro tempo, mas não contou

Numa altura em que faltavam apenas dois minutos para o descanso, o Boavista viu um golo ser-lhe anulado por fora de jogo. Carraça combinou com Yusupha, o remate do avançado saiu prensado e sobrou para Mateus, que desviou para o golo. A bandeirola do fiscal de linha estava, no entanto, levantada, por posição irregular do número 9 dos axadrezados.

O jogo estava mais animado e pouco depois, numa transição rápida, Yusupha causou de novo perigo, mas o remate do avançado saiu por cima da baliza de Renan e as equipas recolheram às cabines com tudo empatado.

A equipa anfitriã regressou dos balneários decidida a chegar à vantagem e logo no primeiro minuto Mateus ficou muito perto do golo. O jogador axadrezado encheu o pé e rematou forte à entrada da área, com a bola a passar junto ao poste da baliza do Estoril.

O jogador angolano estava endiabrado e voltou a desmontar a defesa do Estoril ao minuto 52, mas acabou por falhar o passe, já dentro de área, numa altura em que até tinha tudo para rematar.

A equipa da casa voltou a provocar calafrios à defesa contrária ao minuto 63, desta vez numa bola longa. Yusupha, contudo, falhou a receção numa altura em que se preparava para ficar na cara de Renan e deixou a bola fugir em direção ao guarda-redes adversário.

Num jogo que, até então, tinha sido de sentido único, o Estoril causou finalmente algum perigo à passagem do minuto 67, na sequência de um pontapé de canto. Pêpê aproveitou o esquecimento da defesa axadrezada para surgir sozinho à entrada da área, mas o remate saiu por cima.

Jorge Simão terminou o encontro na bancada

A 15 minutos do final, Jorge Simão recebeu ordem de expulsão por parte de Vítor Ferreira e o Boavista jogou a parte final do encontro sem o seu técnico principal no banco. O treinador axadrezado protestou de forma intempestiva uma falta assinalada em frente à sua área técnica e foi obrigado a recolher aos balneários.

A equipa do Boavista continuava a carregar em busca do golo da vantagem e acabou por se descuidar na defesa ao minuto 79. Aos axadrezados valeu Vagner, que travou o remate de Buno Gomes depois do brasileiro aparecer solto em boa posição.

Boavista chegou à vantagem num penálti que demorou… Quatro minutos

Aos 81 minutos, Yusupha caiu na área, depois de ganhar as costas à defesa estorilista, e o árbitro Vítor Ferreira apontou para a marca dos onze metros. Após um período de espera de quase quatro minutos, em que o juiz da partida consultou o vídeo-árbitro e recorreu ele próprio às imagens do lance, a decisão foi confirmada e David Simão avançou para a cobrança. Na conversão, o médio manteve a cabeça fria e não desperdiçou, colocando o resultado em 1-0.

Até ao final o Estoril ainda tentou chegar ao empate, mas faltou um melhor entendimento à equipa de Ivo Vieira que não chegou a ameaçar a vantagem do Boavista, que levou assim os três pontos.

“A nossa vitória acabou por ser natural”

No final do encontro, o treinador do Boavista, Jorge Simão, que renovou esta semana com o clube do Bessa, considerou a vitória da sua equipa “natural” atendendo à realidade da partida, num jogo que considerou “riquíssimo”.

O técnico axadrezado abordou ainda a expulsão, defendendo que não quis ofender ninguém e classificou as palavras que proferiu como um “desabafo”.

“Temos de continuar a acreditar”

Já o técnico estorilista, Ivo Vieira, lamentou a falta de eficácia da sua equipa, que considerou ter sido decisiva para o desfecho final do encontro, mas elogiou a exibição dos seus jogadores, sobretudo no capítulo defensivo.

O treinador da equipa visitante afirmou ainda que a manutenção continua a ser possível e apelou a que a sua equipa continue a acreditar.

O Boavista volta a entrar em ação no próximo sábado, frente ao FC Porto no Estádio do Dragão, ao passo que o Estoril recebe o Paços de Ferreira na Amoreira.

Artigo editado por Filipa Silva