Não é todos os dias que se comemora meio século, pelo que sábado, 30 de junho, é um dia simbólico na história da Associação de Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto (AAOUP). Depois de ano e meio de celebração, com várias iniciativas comemorativas dos 50 anos, a AAOUP oferece ao público um Sarau, que terá lugar no Teatro Sá da Bandeira, a partir das 21h00.

O diretor da AAOUP, Miguel Lello, conta com entusiasmo o que está preparado: “Todo o espetáculo vai ter momentos musicais entrecruzados e isso vai ser muito interessante. Há aqui um trabalho musical elaborado e não só o normal, que é haver uma sucessão de números”, diz ao JPN.

Ao longo de 1h40, mais de 150 antigos e atuais alunos da Universidade do Porto vão subir ao palco. O Coro Clássico vai cruzar-se com o Grupo de Fados, as danças do Douro e dos Açores vão cruzar-se com a Tuna, o Orfeão vai cruzar-se com a Tuna e o Coro Popular… o cruzamento musical é uma espécie de mote não oficial do programa.

Miguel Lello destaca ainda a apresentação “pela primeira vez em sarau”, e com repertório renovado, da Orquestra Ligeira Universitária do Porto que vai tocar com o Coro Experimental.

Não podia deixar de estar também a Orquestra de Tangos – “pelo que nos dizem, a orquestra de tangos genuína mais antiga do mundo a funcionar fora da Argentina”, refere Miguel Lello.

No final do espetáculo, o Orfeão Universitário do Porto aproveitará para homenagear o maestro Mário Mateus, que esteve mais de três décadas à frente do Orfeão.

Os padrinhos do espetáculo, também se revestem de simbolismo. Orlanda Carvalho, a orfeonista mais antiga da AAOUP, vai ser a madrinha do Sarau, no que constitui “uma homenagem à mulher orfeonista, sendo que o Orfeão se orgulha de ter concebido o traje feminino”, recorda Miguel Lello.

O padrinho será René Guimarães, o sócio mais antigo da AAOUP, hoje com 98 anos, ele que reabilitou o Orfeão em 1942 enquanto estudante e que esteve também na génese da associação dos antigos orfeonistas já na década de 60.

“Temos tido nas nossas fileiras gente com muita vitalidade. O professor Aureliano da Fonseca já não está entre nós, mas também era um dos nossos bastiões, o Flávio Serzedello era outro e o engenheiro René Guimarães também. Faz bem cantar, sabe?”, brinca Miguel Lello.

Gosto pela música, prazer no convívio e orgulho na Universidade do Porto. Muitas razões mantêm juntos os antigos orfeonistas, mas estas serão, porventura, as mais significativas. E há um estreitamento de relações com a Universidade do Porto em curso, que se refletem em iniciativas como a Festa de Verão da UP que juntou, há duas semanas, cerca de 500 pessoas: “Estamos apostados em mostrar que há um lado cultural na relação com os antigos alunos da Universidade do Porto que ultrapassa muito os beberetes e as palestras e aquelas coisas mais vazias de encontrar um antigo colega uma vez por ano, porque isso não é suficiente para criar relações, para criar um lugar afetivo”, afirma Miguel Lello.

Afeto é coisa que não haverá em falta no que resta das comemorações e depois delas, no futuro: “Foi com grande gosto que estivemos a comemorar estes 50 anos. Esperemos que venham mais 50”, conclui o diretor da AAOUP.