O hospital de campanha montado no Pavilhão Rosa Mota vai ser desativado até ao final desta semana, anunciou a Câmara Municipal do Porto (CMP) esta quinta-feira.

Em comunicado, a autarquia assegura que a estrutura não será desmontada, ficando de prevenção para uma eventual “segunda vaga de COVID-19”. Já a desativação é justificada com o facto de “os hospitais do Porto” terem voltado “a ganhar capacidade de internamento”.

A unidade, que contou com cerca de 300 médicos, enfermeiros e auxiliares em regime de voluntariado prevê “se tudo correr como previsto” dar alta até esta sexta-feira aos “últimos doentes” ainda internados, prevendo-se depois “a sua limpeza, mas não a desmontagem”, informa a autarquia portuense.

A funcionar há precisamente um mês, o hospital de campanha erguido pela Câmara Municipal do Porto vai manter-se instalado até 31 de julho. A unidade temporária de saúde será ativada e colocada a “funcionar em poucos dias”, caso os hospitais de São João e Santo António vierem a registar de novo um número de internamentos perto do limite”, assegura a Câmara do Porto.

Até esta quinta-feira, o hospital de campanha do Pavilhão Rosa Mota acolheu “cerca de três dezenas de pacientes com COVID-19 – mais precisamente 27, dos quais nove já tiveram alta, segundo informou a Rádio Renascença. A taxa de ocupação não ultrapassou, assim, os 20% nesta primeira fase.

O mesmo órgão adianta que pelo hospital “passaram doentes com idades entre os 36 e 92 anos, de ambos os sexos, sendo a média de 68 anos, com o internamento a ter uma média de 14 dias, sendo que os “doentes que mais tempo passaram no hospital de campanha estiveram lá 25 dias, tendo ambas recebido alta ontem”.

A unidade, que foi montada pela Câmara do Porto, com a colaboração de diversas entidades, resultou de um protocolo assinado com os dois centros hospitalares da cidade e com a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, estando a funcionar, com doentes internados, desde o dia 14 de abril.

Custos e outros hospitais

Sobre os custos do hospital, o município assegura que os contratos realizados com os vários fornecedores “foram todos feitos prevendo a interrupção da atividade e que apenas a parte efetivamente consumida fosse faturada”. Relativamente à montagem e funcionamento do hospital, como o pavilhão foi “cedido gratuitamente pelo concessionário e as camas pelo exército”, os custos não devem “ultrapassar o valor dos donativos recebidos através da campanha realizada pela RTP e de transferências bancárias assumidas por mecenas”, revela ainda a autarquia portuense.

Além da estrutura da cidade do Porto, outros hospitais de campanha vão ser também desmontados até ao final de julho. É o caso das unidades de saúde erguidas no Estádio Universitário de Lisboa, que conta com 500 camas, e do hospital de camapanha Ovar, que durante semanas esteve com uma cerca sanitária resultante de um surto de infeções por COVID-19 no concelho.

O JN noticia que com o fecho e a desativação dos hospitais de campanha espalhados pelo país, a Entidade Reguladora de Saúde (ERS) está a pedir às câmaras municipais quantias entre os mil e os 50 mil euros de taxa de registo pela utilização destas estruturas. Há autarquias, como a da Batalha, a receber notificações de pagamento na ordem dos 30 mil euros, situação que o Presidente daquele concelho vai contestar judicialmente.

Sobre o assunto em causa, Marta Temido assegura que o Governo “vai analisar a questão”, adiantando a Ministra da Saúde que as “estruturas destinadas a acolher infetados, sem prestações de cuidados de saúde, poderão não estar em causa para pagamento”.

Artigo editado por Filipa Silva