A tese de doutoramento de Ana S., docente na Escola Superior de Estudos Industriais (ESEIG) do IPP, em Vila Conde, foi anulada. Apresentada em Dezembro de 2009 na Universidade do Minho (UM), em Braga, e tendo por título “Desenvolvimento Interactivo Multidimensional: contributo para o aumento de competitividade das PMEs”, a tese teria sido alegadamente copiada de dois trabalhos.
A UM decidiu, assim, anular o doutoramento obtido o ano passado, tendo por base o plágio da autora ao trabalho de dois investigadores. Esta é a primeira vez que uma universidade portuguesa decide anular um doutoramento por motivos de plágio. Segundo o jornal Público, a autora poderá ser, ainda, acusada de crime de fraude, que terá de ser comunicado ao Ministério Público.
Em comunicado, a UM reitera que a tese apresentada “ao não ser original, não cumpriu o exigido pelo regulamento”, pelo que teria de ser invalidada. Invalidado foi, também, o grau de doutor atribuído à docente, como consequência da anulação da aprovação da tese.
Tuula Mittila, um dos autores plagiados, diz, em declarações ao JPN, que foi contactado pela UM “em Setembro”, onde lhe foi informado “o cancelamento do grau de doutor da professora”. Quando questionado sobre se iria tomar mais alguma providência, a título pessoal, Tuula refere que “a humilhação pública e a perda do grau académico são sanções suficientes”. “Espero, no entanto, que este tipo de incidentes sirva como exemplo para todos os estudantes”, explica, bem como para os “supervisores no processo de dissertação”, que também são detentores de responsabilidades neste tipo de casos.
Recorde-se que a professora pediu demissão do cargo no IPP, depois de já ter pedido baixa médica quando o caso veio a público. O JPN tentou entrar em contacto com a ESEIG, mas não obteve uma resposta em tempo útil. A presidência da ESEIG, contactada pelo JPN, refere que “nada tem a comentar” relativamente ao assunto, “porque o que está em causa é um grau atribuído pela Universidade do Minho”.
